quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Fiiiilme triste / que me fez chorar..."

Na semana passada, o colunista Artur Xexéu, do jornal O Globo, em sua coluna no Segundo Caderno, publicou uma lista com os dez filmes mais tristes da história do cinema. A relação foi formada a partir de escolhas pessoais do articulista reforçadas por votos de leitores, que enviaram suas preferências por e-mail (eu não participei). Claro que se tratou apenas de uma brincadeira cinéfila, como tantas outras que o Xexéu promove em sua coluna – da qual, aliás, sou leitor assíduo. Não há qualquer caráter oficial na listagem, a não ser o de render boas discussões entre colegas numa mesa de bar, depois daquela sessão em alguma sala escura, naturalmente. A lista dos dez mais tristes ficou assim:

1) Marcelino pão e vinho (1955, de Ladislao Vajda)
2) Em cada coração, uma saudade (1956, de Allen Reisner)
3) Hachiko – a dog’s story (2009, de Lasse Hallstrom)
4) Melodia imortal (1956, de George Sidney)
5) Imitação da vida (1959, de Douglas Sirk, ou a original de 1934, de John M. Stahl)
6) Suplício de uma saudade (1955, de Henry King)
7) Tarde demais para esquecer (1957, de Leo McCarey)
8) Minha vida de cachorro (1985, de Lasse Hallstrom)
9) O campeão (1979, de Franco Zeffirelli)
10) Love story – uma história de amor (1970, de Arthur Hiller)

Algumas ausências sentidas foram justificadas. A maior, para mim, foi a de Cinema Paradiso, que me fez chorar a cada uma das oito vezes que o assisti (mas já lá se vão alguns bons anos sem vê-lo novamente; preciso checar a quantas anda minha capacidade de me emocionar). O colunista explicou que o filme não obteve votos suficientes para integrar a relação final. Bom, peço licença ao conceituado cronista para, aproveitando a âncora lançada por ele nos mares da cinefilia, organizar aqui, neste modesto espaço, a minha lista dos filmes mais tristes, formada a partir de critérios puramente subjetivos.

1- Cinema Paradiso (1989, de Giuseppe Tornatore), aliás, este aqui deveria ser hors-concours em qualquer lista do gênero.
2- Menina de ouro (2004, de Clint Eastwood)
3- Paisagem na neblina (1988, de Theo Angelopoulos)
4- Íris (2001, de Richard Eyre)
5- Antes de partir (2007, de Rob Reiner)
6- Somos todos diferentes (2007, de Aamir Khan)
7- A felicidade não se compra (1946, de Frank Capra)
8- Conduzindo Miss Daysi (1989, de Bruce Beresford)
9- Dançando no escuro (2000, de Lars Von Trier)
10- Edward mãos de tesoura (1990, de Tim Burton)

Podem me acusar de organizar uma lista bastante óbvia, com a inclusão oportunista de filmes que acabei de assistir (Somos todos diferentes – mas é impossível não se emocionar com esta história!). E pela ausência de mais filmes antigos na relação – afinal, que raio de cinéfilo eu sou que despreza os produtos dos tempos áureos de Hollywood, preterindo-os em nome de obras recentes, feitas em tempos de cinismo escancarado, que prenuncia a desvalorização dos sentimentos humanos mais autênticos? Pode até ser. Mas segui um critério: somente incluí na listagem acima os filmes que efetivamente me fizeram chorar, em algum ponto da narrativa, por algum motivo. Mas listas não são definitivas. Daqui a alguns poucos anos, se me animar refazê-la, é provável que altere um ou outro título. Por enquanto, dá para manter meu estoque de lenços de papel.

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