quarta-feira, 9 de maio de 2012

Confissões de um seriemaníaco - II


SWITCHED AT BIRTH
Onde e quando: Sony Spin, segundas, 23h; domingos, 21h.
Estrelas: Katie Leclerc, Vanessa Marano, Sean Berdy, Marlee Matlin (em alguns episódios).
Sinopse: Duas meninas que foram trocadas na maternidade se reencontram após 16 anos. De famílias antagônicas (uma rica, outra pobre), tentam juntar suas vidas e lidar com a nova realidade que se impõe. Há um elemento complicador: uma das garotas é surda, o que forçará mudanças radicais em todos os envolvidos.



Por que ver: Não me lembro de nenhuma outra série que trate de um tema parecido e inclua uma deficiente auditiva entre seus personagens principais. Assim, ela acaba funcionando como plataforma para discussão a respeito da convivência entre diferentes, trazendo à tona os problemas de interação social experimentados pelos surdos. Esse detalhe reforça o caráter dramático da série, que, por sua natureza, pode servir especialmente para estudantes de áreas conexas à realidade mostrada (fonoaudiologia, pedagogia), já que tem várias cenas “faladas” na língua de sinais – as diferenças entre a língua norte-americana de sinais e a nossa libras podem render bons debates. As duas atrizes principais são muito bonitas, e Katie Leclerc, que interpreta a surda Daphne, é especialmente talentosa. Um grande achado da produção foi ter encontrado um ator surdo-mudo para interpretar o mesmo papel na série, o jovem Sean Berdy, o que confere mais realismo e verossimilhança à história.
Por que não ver: Sofre do mesmo mal que acomete outras produções em série: a temporada longa (são 22 episódios) obriga os roteiros a caírem na repetição. Uma vez superado o estranhamento da situação inicial, a ambientação da garota surda acontece sem maiores conflitos, como se tivesse passado a vida inteira convivendo entre os ouvintes. Em que pese o fato de usar um aparelho auditivo, parece não encontrar dificuldade alguma no seu dia a dia. O pai de uma delas reaparece e lá pelo meio inventam uma história de crime cometido em seu país de origem (é italiano), sem que isso abale as estruturas das relações entre os personagens, e o assunto é logo deixado de lado também. Da mesma forma que alguns temas que poderiam render são logo abandonados. Por exemplo, o namorado negro de uma das garotas leva um fora logo no começo, se engraça para a irmã surda (que é loura) e também é despachado (deve ser muito ruim de namoro!). Ou seja, os roteiristas não quiserem se comprometer com assuntos mais explosivos, talvez temendo pesar demais uma atração voltada basicamente para o entretenimento. A ausência de nomes famosos no elenco pode afastar o espectador. Posso estar enganado, mas a série me passa a impressão de ser melhor compreendida e angariar mais simpatia por parte do público feminino.

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