quarta-feira, 16 de maio de 2012

Confissões de um seriemaníaco - III


PRÓFUGOS
Onde e quando: HBO Signature, temporada encerrada.
Elenco: Benjamin Vicuña, Blanca Lewin, Nestor Cantillana, Francisco Reyes, Luís Gnecco.
Sinopse: Quatro mercenários são contratados para transportar uma carga de cocaína do Chile até a Bolívia, mas são emboscados no meio do caminho. Escapam e se tornam foragidos (prófugos). Há um policial infiltrado entre eles.
Por que ver: Esta primeira produção original da HBO rodada no Chile nada deixa a dever às séries policiais norte-americanas. O ritmo é intenso, sobretudo nos primeiros episódios, quando o quarteto de contrabandistas precisa empreender planos mirabolantes de fuga, sem saber que entre eles há um agente da lei que repassa informações para os federais. Com ótimas cenas de ação e uma química perfeita entre os intérpretes, agrada pela movimentação, pelos roteiros tensos e pela ótima produção. O elenco é famoso na televisão local, todos têm larga experiência em outras séries, sendo que alguns já se arriscaram em cinema (Gnecco pode ser visto no recente A dançarina e o ladrão).
Por que não ver: Pode haver certa resistência por parte do espectador comum que gosta de séries originais americanas, acostumado com uma narrativa mais agitada. Aqui o ritmo é mais pausado, o foco são as relações entre os fugitivos, o que desagrada quem prefere narrativas mais rápidas e menos dialogadas. Além disso, é provável que haja preconceito terceiro-mundista em relação a uma produção do gênero rodada no nosso continente. Latino sabe contar uma história de ação? Algumas cenas exageram na violência, também. O grande problema, porém, é que o elenco é completamente desconhecido por aqui, com exceção de Blanca (quem curte a cena alternativa já a conhece, é a atual musa do cinema chileno), o que afasta os espectadores, que preferem ver rostos famosos. O público feminino rejeitará inteiramente.

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ERRATA
Ao contrário do que escrevi na sexta-feira, Battleship – batalha dos mares não está sendo exibido em 3D em nenhuma sala. O motivo é inusitado. Em entrevistas, o diretor Peter Berg confessou que não gosta do formato e tem dores de cabeça quando vê um filme assim. Então, não quis nem trabalhar com a tecnologia, nem repassar o problema para os espectadores. Gostei muito da justificativa e, principalmente, da personalidade do cineasta. No momento em que a indústria do cinema somente está preocupada com os lucros, e lança um filme em 3D por semana nas salas, ouvir um diretor assumir que não se sente à vontade com esse recurso até dá esperança que o cinema volte a ser valorizado pelo que realmente importa: um bom roteiro (não que seja especificamente o caso do filme dele). Grande Peter Berg!

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