PRÓFUGOS
Onde e quando: HBO Signature,
temporada encerrada.
Elenco: Benjamin Vicuña, Blanca
Lewin, Nestor Cantillana, Francisco Reyes, Luís Gnecco.
Sinopse: Quatro mercenários são
contratados para transportar uma carga de cocaína do Chile até a Bolívia, mas
são emboscados no meio do caminho. Escapam e se tornam foragidos (prófugos). Há
um policial infiltrado entre eles.
Por que ver: Esta primeira
produção original da HBO rodada no Chile nada deixa a dever às séries policiais
norte-americanas. O ritmo é intenso, sobretudo nos primeiros episódios, quando
o quarteto de contrabandistas precisa empreender planos mirabolantes de fuga,
sem saber que entre eles há um agente da lei que repassa informações para os
federais. Com ótimas cenas de ação e uma química perfeita entre os intérpretes,
agrada pela movimentação, pelos roteiros tensos e pela ótima produção. O elenco
é famoso na televisão local, todos têm larga experiência em outras séries,
sendo que alguns já se arriscaram em cinema (Gnecco pode ser visto no recente A dançarina e o ladrão).
Por que não ver: Pode haver certa
resistência por parte do espectador comum que gosta de séries originais
americanas, acostumado com uma narrativa mais agitada. Aqui o ritmo é mais
pausado, o foco são as relações entre os fugitivos, o que desagrada quem
prefere narrativas mais rápidas e menos dialogadas. Além disso, é provável que
haja preconceito terceiro-mundista em relação a uma produção do gênero rodada
no nosso continente. Latino sabe contar uma história de ação? Algumas cenas exageram na violência, também. O grande problema,
porém, é que o elenco é completamente desconhecido por aqui, com exceção de
Blanca (quem curte a cena alternativa já a conhece, é a atual musa do cinema
chileno), o que afasta os espectadores, que preferem ver rostos famosos. O
público feminino rejeitará inteiramente.
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ERRATA
Ao contrário do que escrevi na
sexta-feira, Battleship – batalha dos
mares não está sendo exibido em 3D em nenhuma sala. O motivo é inusitado.
Em entrevistas, o diretor Peter Berg confessou que não gosta do formato e tem
dores de cabeça quando vê um filme assim. Então, não quis nem trabalhar com a
tecnologia, nem repassar o problema para os espectadores. Gostei muito da
justificativa e, principalmente, da personalidade do cineasta. No momento em
que a indústria do cinema somente está preocupada com os lucros, e lança um
filme em 3D por semana nas salas, ouvir um diretor assumir que não se sente à
vontade com esse recurso até dá esperança que o cinema volte a ser valorizado
pelo que realmente importa: um bom roteiro (não que seja especificamente o caso
do filme dele). Grande Peter Berg!
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