quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A batalha dos 32 reinos

Antes de ser cinéfilo, o editor deste blog é grande fã de futebol em geral e de Copa do Mundo em particular. Portanto, os leitores eventuais do espaço podem se preparar e, os que não gostam, se conformar porque, com a proximidade do evento, as colunas sobre a Sétima Arte vão cada vez mais dividir espaço com outros textos sobre o torneio - para quem não se liga no assunto, a Copa será disputada entre 12 de junho e 13 de julho de 2014 em 12 cidades brasileiras.

Para usar a expressão clichê por excelência, "a Copa já começou" na última sexta-feira (6/12), quando foram sorteados os oito grupos do torneio na Costa do Sauípe (BA). Depois de revelados os confrontos da primeira fase, enfim foi possível rascunhar alguma análise mais consistente do que o futuro pode reservar às 32 seleções que disputarão o título. Mas quem não gosta de futebol não precisa parar a leitura por aqui, porque não vou me dispor a analisar cada um dos grupos ou dos jogos. Deixo isso para os blogs especializados, para os jornalistas esportivos, fora que a palpitação pelo tema já esfriou, passada uma semana do sorteio. E certamente não há nada que eu escreva que já não tenha sido analisado, debatido ou se esgotado pelos analistas profissionais da imprensa esportiva nacional, mais gabaritada do que eu. Porém, como todo mundo é meio treinador de futebol no nosso país, tanto quanto somos críticos de cinema, não custa nada registrar algumas impressões e expectativas que tenho para a próxima Copa.

O Brasil ficou em um grupo relativamente fácil na primeira fase. Por mais que tenham mostrado alguma evolução nos últimos anos, ou em algum momento de suas histórias, Croácia, México e Camarões não podem ser vistos como adversários à altura da nossa seleção. É verdade que os mexicanos têm se revelado uma verdadeira pedrinha na nossa chuteira de uns anos para cá, já tendo nos derrotado em pelo menos duas decisões de peso - a Copa das Confederações de 1999 (4x3 para eles), lá mesmo no México, e o Torneio Olímpico do ano passado, em Londres (2x1 para eles) - , além de terem colecionado vitórias com certa freqüência em amistosos e em algumas edições da Copa América. Mas Copa do Mundo é outra história, e nesse sentido os mexicanos são fregueses históricos: em quatro confrontos anteriores no torneio, foram quatro vitórias brasileiras, todas a zero. Curiosamente, Brasil x México vão jogar em Fortaleza, mesmo local onde se encontraram em junho, pela Copa das Confederações. 

Mas o grupo do Brasil acabou sendo exceção. A Fifa precisa rever o critério para escalar cabeças de chave. O que fizeram Suíça e Bélgica até hoje que justifique o privilégio concedido a ambas? Não dá para basear a decisão em um ranking que muda a cada mês; parece que a história escrita por algumas seleções de nada vale ou foi apagada. Caso da Itália, quatro vezes campeã do mundo, que terminou no chamado grupo da morte, o D, junto com Uruguai e Inglaterra, ou seja, aconteceu o que todos temiam, uma chave com três campeões mundiais (e ainda com a Costa Rica para servir de fiel da balança), dos quais um nem passa para as oitavas de final. Enquanto isso, passam dois entre Colômbia, Grécia, Japão ou Costa do Marfim, que formam o grupo C. O mais correto é que, uma vez classificados, todos os campeões mundiais sejam garantidos como cabeças em seus grupos. Antigamente era assim. A Fifa se preocupa tanto com a seriedade da competição e oferece uma bola furada dessas para o público chutar. 

Quem também não tem do que reclamar é a Argentina, outra que foi agraciada pela sorte, cabeça do grupo F (de fácil), ao lado de Irã, Nigéria (já teve melhores dias) e a estreante Bósnia, com quem fará o jogo de estréia no Maracanã. Logo em seu primeiro jogo em Copas, a ex-república iugoslava terá a honra de jogar no mítico estádio. E o povo carioca poderá ver Messi bem de perto. Uma honra dupla, portanto. 

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